Coceira, corrimento, dor, inchaço e vermelhidão vaginal são alguns dos sintomas chatos que costumam preocupar muitas mulheres com candidíase vaginal. São, inclusive, aqueles que mais as levam a agendar consultas ginecológicas.
E como, na maioria das vezes, a primeira solução para descobrir qual doença pode estar causando tudo isso é correr para a internet para pesquisar, é preciso atenção: nem sempre o diagnóstico certo é aquele que aparece no resultado da pesquisa.
No caso dos sintomas ginecológicos, geralmente as alterações na vagina causam um verdadeiro pânico entre as mulheres. Muitas se perguntam: será que o que eu tenho é uma doença sexualmente transmissível, alergia ou infecção? Mas, em muitos casos, o diagnóstico é apenas um: candidíase vaginal.
Para facilitar o entendimento sobre a candidíase vaginal, suas causas, sintomas e tratamento, você vai descobrir com esta leitura:
- o que é candidíase vaginal
- quais são as causas da doença
- como acontece a transmissão do fungo
- quais são os sintomas
- o que é candidíase vaginal recorrente
- como descobrir o diagnóstico
- quais são os tratamentos recomendados
- quais complicações acontecem a partir de uma candidíase não tratada
- como se prevenir contra a doença
Vamos lá?
O que é candidíase vaginal ou candidíase feminina?
Causada pelo fungo oportunista Candida albicans, a candidíase é uma infecção que pode aparecer na boca, na garganta, na pele, nas partes genitais de homens e mulheres, nas unhas e até mesmo nos mamilos de mães que amamentam.
A candidíase vaginal é a forma mais comum da doença. Trata-se de uma micose que provoca infecção na vagina e na vulva (parte externa da vagina). Por isso, também é conhecida como vulvovaginite por Candida.
A doença pode atingir meninas e mulheres de qualquer idade, por diversos motivos.
Curiosidade à parte, o nome do fungo pode ser traduzido como Candida alba ou Candida branca, porque cria colônias esbranquiçadas onde se hospeda.
Muitas mulheres possuem o fungo, digamos que adormecido, na boca e no sistema digestivo, mas nem sempre ele se manifesta. Pode parecer confuso de se entender, mas resumindo: ter o fungo no organismo não significa estar com candidíase.
No entanto, basta o sistema imunológico demonstrar qualquer sinal de fraqueza ou o pH ácido da vagina sofrer alteração ou ainda acontecerem mudanças na flora bacteriana da região e, pronto, a Candida albicans tem o cenáro favorável para se multiplicar e provocar infecções.
A doença, também conhecida como candidose ou monilíase, é tão comum que afeta 3 em cada 4 mulheres ao longo da vida.
De acordo com um estudo publicado no período inglês The New England Journal of Medicine, 75% das mulheres já tiveram ou terão um episódio de candidíase vaginal.
E, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a candidíase vaginal não é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST). Isso porque, na maioria dos casos, o fungo já existe no corpo, mas não está progredindo. Sem falar que mesmo mulheres que nunca tiveram relações sexuais também podem vir a desenvolver essa micose vaginal.
Quais são as causas da doença?
A candidíase vaginal está associada a causas como: alterações hormonais, baixa imunidade do organismo, mudanças na flora de micróbios da vagina e redução no pH ácido da região.
Vamos a um exemplo bem comum e que praticamente toda mulher já viveu: colocar o biquíni preferido, entrar no mar ou na piscina, e ficar horas por ali, tomando sol e sem se enxugar. Como o fungo se desenvolve na vagina, que é um lugar quente e úmido, ganha uma facilidade a mais para se multiplicar, já que tem o tecido do biquíni molhado dando cobertura para isso.
Quer ver outras situações comuns ao dia a dia, que muitas vezes podem passar despercebidos, e facilitam a proliferação da Candida albicans? Confira a seguir:
Alimentação desequilibrada
Com o consumo excessivo de doces e de carboidratos como açúcar, pães, leite e queijos, o pH da vagina fica mais ácido e propicia o cenário ideal para a proliferação do fungo.
Alterações hormonais
Durante a gravidez, menopausa ou mesmo com o uso de anticoncepcionais hormonais, aumentam os níveis de estrogênio no organismo e, assim, o risco da candidíase vaginal.
Baixa imunidade
Com a fraqueza do sistema imunológico, que pode acontecer por vários fatores, como por doenças, estresse, noites mal dormidas ou uso de drogas, a chance de desenvolver a doença também aumenta.
Contato com a água e uso de roupas úmidas
Como o fungo prefere se multiplicar em locais úmidos, o contato excessivo com a água como ficar horas em banheiras ou piscinas e usar roupas molhadas, também aumenta o risco da doença.
Diabetes
Glicemia mal controlada torna as mulheres diabéticas mais propensas ao desenvolvimento da doença. Isso porque o alto nível de glicose do sangue serve como alimento para o fungo.
Limpeza íntima incorreta
Se a limpeza do ânus após a evacuação acontece de trás para a frente, os germes da região perianal chegam à vagina e isso facilita a ocorrência de doenças como a candidíase vaginal e a infecção urinária.
Uso de antibióticos
Os episódios acontecem porque essas substâncias provocam alterações na flora vaginal. São remédios criados para agir contra as bactérias, incluindo os microorganismos que previnem a proliferação dos fungos.
Mas, então, como se pega candidíase?
Candidíase não se pega. O que se transmite é o fungo.
Apesar de, na maioria dos casos, a Candida albicans já existir no organismo, ele pode ser, eventualmente, transmitido através do ânus, da boca ou da vagina. Isso acontece através do contato com a parte do corpo colonizada ou até mesmo com secreções.
Por isso, o beijo, o sexo anal, oral ou vaginal e o uso compartilhado de objetos de higiene pessoal, podem ser considerados como formas de transmissão do fungo da candidíase.
Porém, é importante lembrar que, mesmo quando a Candida albicans é transmitida, ela só vai conseguir se multiplicar e causar a infecção vaginal se o sistema imunológico estiver fraco ou a flora vaginal desequilibrada.
Quais são os sintomas da candidíase vaginal?
Nas mulheres, a candidíase vaginal tem como principal sintoma a coceira intensa no canal da vagina e na vulva (prurido vulvar). A doença também costuma causar ardência e dor na região, seja ao urinar (disúria) ou mesmo durante contato íntimo em relações sexuais (dispareunia).
Outros sintomas comuns são: o corrimento leitoso e sem odor e a vermelhidão da região da vulva.
Já no caso dos homens, podem aparecer sintomas como coceira e erupções na região do pênis depois de relações sexuais com mulheres com candidíase vaginal.
O que fazer se a doença acontecer mais vezes, durante o ano?
Como toda doença, a candidíase vaginal pode voltar a ocorrer caso o tratamento da infecção pelo fungo da cândida anterior não tenha sido bem-sucedido. Mas, raramente acontece por meio de uma nova infecção. Por isso, é importante seguir com o tratamento receitado pelo ginecologista pelo tempo que for indicado.
Quando a candidíase vaginal acontece mais de quatro vezes por ano, é chamada de candidíase vaginal recorrente ou candidíase de repetição.
Segundo estudos, as mulheres que apresentam maior frequência de episódios da doença podem ser geneticamente mais suscetíveis à infecção por terem alterações no sistema de defesa da vagina.
No entanto, é preciso ter atenção aos sinais do corpo: ter a doença mais de quatro vezes ao ano também pode indicar a existência de uma doença crônica no organismo.
Ao sentir qualquer sintoma incomum não deixe de consultar o seu médico para descobrir as possíveis causas. Afinal, tentar descobrir sintomas, causas e diagnósticos pela internet pode piorar as coisas.
Como descobrir o diagnóstico da candidíase vaginal
Para acertar no diagnóstico para os sintomas da candidíase vaginal a recomendação é procurar um ginecologista.
Ele vai fazer um exame para colher o corrimento da parede da vagina e enviar o material para um laboratório. Com a avaliação laboratorial é possível identificar o germe causador da doença, assim como descobrir se trata-se do fungo Candida albicans ou não.
É importante saber: a candidíase vaginal tem sintomas semelhantes aos de outras infecções ginecológicas, como a tricomoníase e vaginose bacteriana. Por isso, é importante consultar um ginecologista para a realização dos exames necessários para um diagnóstico mais preciso.
Tratamentos recomendados
Como todo tipo de doença, a candidíase vaginal pode ser tratada tanto com o uso de remédios como de modo natural. O tratamento só deve ser realizado se aparecerem os sintomas.
No caso dos remédios, os médicos costumam receitar o uso de um antifúgico oral, como o flunazol, e de um creme vaginal, como clotrimazol ou miconazol. O tratamento pode durar até 15 dias e não dói.
As duas formas de tratamento têm grande eficácia no combate à doença, mas a posologia que acontece por via oral costuma ser a mais utilizada, por ser mais simples e menos incômoda. Vale lembrar que boa parte desses remédios são fornecidos gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Ou seja, não existe desculpa para não se cuidar.
Já para as mulheres que preferem optar por um tratamento natural, a dica é começar pela mudança de hábitos alimentares.
Para equilibrar o cardápio e prevenir a candidíase é importante diminuir o consumo de doces e de carboidratos. Outra recomendação é incluir no cardápio das refeições diárias alimentos com ação antifúgica. Alho, alecrim, azeite de oliva, cebola, iogurte e óregano são alguns deles.
Porém, segundo ginecologistas, mesmo antes de começar o tratamento com remédios é interessante passar pela mudança de hábitos alimentares. Com isso, a sua saúde só tem a ganhar.
Veja outras recomendações que também costumam ser indicadas para o tratamento da candidíase vaginal:
– evitar usar roupas apertadas como lycra e outros materiais que não absorvem umidade
– não manter relações sexuais durante o período de tratamento
– preferir usar roupa íntima de algodão no dia a dia
– dormir sem calcinha para melhorar a ventilação do local
Quais complicações podem acontecer a partir de uma candidíase não tratada?
Como a doença acontece em uma região sensível do corpo, úmida e cheia de bactérias, se a candidíase vaginal não é tratada de modo adequado, pode causar feridas e facilitar o aparecimento de outras doenças, como a infecção urinária e até mesmo de herpes e aids.
As feridas podem aparecer por causa da coceira vaginal constante. Já a infecção urinária porque, ao sentir dor ao urinar, a tendência é que a mulher segure o xixi e, assim, desenvolva a doença.
E no caso de infecções virais como herpes e aids, porque quando a mucosa vaginal está inflamada aumentam os riscos para a contaminação por essas doenças.
Como se prevenir contra a candidíase vaginal
Para evitar que a Candida albicans se prolifere no organismo a dica é ter atenção a todo os fatores de risco que vimos até aqui.
Mas destacamos entre eles, duas atitudes fundamentais para a prevenção dos sintomas da candidíase vaginal: cuidar da higiene íntima e também da imunidade do próprio corpo.
É melhor prevenir do que remediar, claro, mas é importante fazer isso sem exageros. Em muitos casos, o uso de produtos para a higiene íntima como o sabonete líquido, por exemplo, acaba reduzindo a quantidade de bactérias que são essenciais para garantir um bom funcionamento da região e dando espaço para a proliferação de fungos.
Já no quesito imunidade, a prática exagerada de exercícios físicos pode ser prejudicial, pois aumenta o calor e a umidade da vagina, favorecendo o surgimento da doença.
Então, para garantir um sistema imunológico saudável, não abra mão de uma alimentação saudável, de boas noites de sono e da prática de exercícios físicos que respeitem os limites do seu corpo.
E, claro, lembre sempre de consultar o seu médico antes de tomar qualquer decisão. Sua saúde agradece!
Quer saber mais sobre como passar longe de doenças como a candidíase vaginal? Continue acompanhando as novidades que preparamos especialmente para ajudar você a manter a sua saúde sempre em dia!